Cultura Negra em Santa Catarina
Segundo o Censo de 2010, Santa Catarina é o estado brasileiro com o maior número de pessoas que se declaram brancas (84%). Nem sempre foi assim, registros históricos indicam que, no século 19, alguns municípios catarinenses tinham uma população de escravos negros superior a 20%.
Os negros participaram da formação do povo catarinense desde os primeiros povoados. No século 18, vieram principalmente com os colonos de São Vicente e das ilhas portuguesas de Açores e Madeira.
Os negros catarinenses contribuíram, desde o princípio, para a evolução econômica da região, por exemplo, como tropeiros, vaqueiros, mineiros, trabalharam na lavoura, na pesca da baleia, na construção de estradas de ferro e em afazeres domésticos.
Os imigrantes europeus receberam terras agricultáveis para iniciarem uma vida nova no Brasil. Os escravos de origem africana, entretanto, foram libertados em 1888, sem qualquer assistência oficial para iniciarem suas novas vidas. Isso foi um problema social na época, com reflexos nos dias de hoje.
João da Cruz e Sousa (1861-1898) foi o mais importante poeta catarinense. Nascido em Desterro, atual Florianópolis, filho de um casal de escravos, tornou-se um pioneiro do Simbolismo no Brasil. Educado por seus senhores, morreu aos 36 anos, deixando uma grande obra.
"Mambetuba", aquarela de J.B. Debret, c.1827. Trata-se da travessia do Rio Mampituba, divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por tropeiros e seus escravos negros. Desde o início do século 18, escravos africanos foram usados para o transporte de mercadorias vindas do Rio Grande do Sul.
Integrantes da comunidade quilombola Invernada dos Negros, localizada nos municípios catarinenses de Abdon Batista e Campos Novos, onde vivem cerca de 80 famílias. A comunidade foi iniciada em 1877. Estima-se que mais de mil famílias de negros viviam no local, há cem anos atrás, mas foram expulsos, em sua maioria, por grileiros. Mais: Quilombolas do Paraná e Quilombolas Gaúchos ►
Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito em Florianópolis, fundada em cerca de 1750 pela Irmandade Beneficente N. S. do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, formada por escravos e negros livres. Esse templo barroco foi construído de 1787 a 1830. É a segunda igreja mais antiga da capital catarinense. Em meados do século 19, essa Irmandade mantinha um curso de alfabetização para escravos.
Entenda as igrejas construídas pelos escravos, para os escravos: Irmandades Negras►
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Quilombo do Morro do Boi, Balneário Camboriú
Comércio de Escravos para a Capitania de Santa Catarina, Vitor Hugo B. Cardoso
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Cultura Negra em Santa Catarina
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Tamires Kopp