Rio Grande do Sul no Século 20
O Rio Grande do Sul entrou no século 20 com grande vigor, embalado pelo espírito empreendedor dos imigrantes e governado por Borges de Medeiros, desde 1898, que era influenciado por Júlio de Castilhos, falecido em 1903. Esse gaúcho, filho de pernambucano, governou o Estado por 26 anos, em dois períodos: 25 de janeiro de 1898 a 25 de janeiro de 1908 e 25 de janeiro de 1913 a 25 de janeiro de 1928.
Borges de Medeiros marcou uma época em seu Estado e foi mentor de Getúlio Vargas, Oswaldo Aranha e outros políticos de destaque. Borges de Medeiros muito incentivou a indústria de uva e vinho, especialmente em regiões povoadas por imigrantes estrangeiros na Serra Gaúcha.
A partir de 1895, surgiram as primeiras instituições de ensino superior, que passaram a integrar a Universidade de Porto Alegre, em 1934, e a Universidade do Rio Grande do Sul, em 1947, federalizada, em 1950.
Em 1910, a Diocese de Porto Alegre foi elevada à condição de Arquidiocese pelo Papa Pio X. O primeiro arcebispo foi o baiano Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão, que era bispo da Diocese, desde 1890.
Em janeiro de 1923, eclodiu uma revolução em oposição à reeleição de Borges de Medeiros, que seguia para seu quinto mandato. O conflito acabou com a assinatura do Pacto de Pedras Altas.
Em 1928, Getúlio Vargas assumiu o Governo do Estado. Em março de 1930, Vargas foi candidato nas eleições para Presidente da República, mas derrotado por Júlio Prestes. Vargas liderou um movimento revolucionário e tomou o poder. Em 3 de novembro, tornou-se o 14º Presidente do Brasil e ocupou o posto até 1945.
Os anos 1930 foram dominados por movimentos fascistas, em muitas partes do mundo. O Rio Grande do Sul foi especialmente influenciado por nazistas. Esses ideais foram jogados ao submundo com o fim da Segunda Guerra Mundial.
O pós-guerra valorizou a Democracia e Vargas foi deposto em outubro de 1945. O General Gaspar Dutra assumiu a Presidência em janeiro de 1946. Vargas foi para sua estância, em São Borja, foi eleito Presidente, em 1950, e suicidou-se em 24 de agosto de 1954.
As décadas seguintes foram de grande progresso para o Rio Grande do Sul, que se tornou o quarto estado mais rico da União, no século 20.
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O baiano Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão (1841-1924). Nasceu em Salvador e foi ordenado em 1867. Nomeado Bispo de São Pedro do Rio Grande do Sul, em 1890, pelo Papa Leão XIII. Denunciou as atrocidades da Revolução Federalista e remodelou o Seminário Episcopal. Em 15 de agosto de 1910, a Diocese foi elevada a Arquidiocese de Porto Alegre, criando-se mais três dioceses no Estado (Santa Maria, Pelotas e Uruguaiana). O clérigo baiano tornou-se o primeiro arcebispo metropolitano.
A Ponte Getúlio Vargas sobre o Rio Guaíba, em fotografia de 1959 (acervo IBGE). Foi inaugurada em dezembro de 1958. Usou a mesma solução para a passagem de grandes embarcações adotada na ponte de Juazeiro, sobre o Rio São Francisco, na Bahia, construída em 1950, a segunda ponte no Brasil a usar concreto protendido, depois da Ponte do Galeão, inaugurada no ano anterior, no Rio de Janeiro. A Ponte do Rio Guaíba também usou a mesma tecnologia.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Viamão, no início do século 20 (postal Edição A.M. La Porta). A capela primitiva de N.S. da Conceição foi erguida, em 1741, por Francisco Carvalho da Cunha, na Estância Grande, no atual Município de Viamão. Foi elevada à condição de Igreja Matriz da Freguesia criada em 1747. O templo atual foi inaugurado em 1797, mas concluído em 1841, com seis altares laterais, além do altar-mor. Foi tombada como patrimônio nacional, em 1938. É o segundo templo mais antigo do Rio Grande do Sul, depois da Catedral de São Pedro, concluída em 1755.
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Gaúcho tomando chimarrão na Região das Missões, em 1954 (acervo IBGE).
Rio Grande do Sul no Século 20
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